domingo, 29 de junho de 2014

Temporada na Ilha de Mosqueiro.

Estive sem tempo. Estive com o coração e mente ativos. Estive no ofício da docência. 
Estive esse mês ministrando aula na Ilha de Mosqueiro, em uma escola no Carananduba, com turmas do sexto ao nono ano e EJA, pelas tardes e noites de junho. Mais uma experiência maravilhosa e enriquecedora com crianças cheias de carinho e amor que não conseguem esconder diante de nós, professores. 
No início o clima pesou um pouco, porque eu e mais alguns professores estivemos como prestadores de serviços para cobrir os conteúdos dos grevistas do município. O que deixou os alunos um tanto "revoltados" com a "troca", mas conseguimos reverter o quadro e deixamos nossa marca. Recebi cartinhas e tudo. 
Uma explosão de abraços e beijos fecharam meu trabalho. Mas não acabou o ofício. To esperando outro lugar, outro chamado.
Quem sabe outra estrada, outro rio, outra terra...


sexta-feira, 13 de junho de 2014

Tempo preenchido.

O tempo tem apertado. Tem sido ríspido, porque sabe que é para o bem. Ele também não me prende, e sim atarefa. E , as vezes até me atrapalha.  Mas me tranquiliza por ocupar meu corpo, minha mente.
Tem um álibi que me ensina a viver. 
A docência. 

segunda-feira, 2 de junho de 2014

O corte da saudade.


Faz a gente sofrer e viver.
 Uma brasa no coração que queima lentamente e resseca os tecidos cardíacos. 
Por vezes sufoca, seca, alaga, tritura. Mas a gente se acostuma e uma hora aprende a parar de chorar e aí, a ferida lá dentro vira um escudo aqui fora. Mas é um escudo humano que ainda sim, é frágil.
 Brasa essa, que é faca de dois gumes, a saudade.

Entulho dentro da gente.

Tem dias que a dor aparece sem motivo. Ou talvez, os motivos sejam tantos que não dê pra distinguir de onde a dor emana. A gente não olha pra gente, não olha pra dentro, não vê as boas coisas que temos. Parecemos bichos escondidos com medo de alguém pisar, com medo de olhar pra frente. É um medo misturado com angústia que se embola com a falta de apetite e alimenta o desestímulo vital. Uns podem pensar que seja extremismo de nossa parte ou drama, mas não deve chegar a ser depressão. É só um momento da vida que nada dá certo e o tempo não parece ajudar. 
Os desejos adormecem. As aves silenciam. O corpo estático. E o silêncio dá lugar ao pessimismo, negativismo e a falta de vontade.
Quando eu era pequena e me irritava com os trabalhos e coisas da escola, desejava ser um bicho qualquer pra não ter as preocupações humanas as quais me deparava. Chorava bastante até voltar à realidade e entender que eu tinha que enfrentar tudo aquilo. Não podia deixar um moleque gritar comigo e simplesmente chorar e voltar pra casa; não podia deixar a professora vir me humilhar porque eu tinha problemas com a matemática; eu não podia deixar que um namoradinho expusesse ciúmes extremos a ponto de fazer escândalos na rua; eu não podia... até que comecei a reclamar e fui parar na direção da escola e posteriormente em um consultório de psicologia. E foram dias muito bons. Eu sentia que ela me entendia como ninguém e não parecia me julgar (pelo menos não demonstrava). Foi uma grande amiga durante a adolescência. Uma fase que eu só precisava de alguém que pudesse me escutar e foi quando eu aprendi a escutar e olhar pra dentro de mim.
Aprendi o exercício de olhar o lugar comum por um outro ponto de vista e que naquela época, estava em transformação dentro de mim. Meus sentimentos foram sendo esclarecidos e fui aprendendo a ter paciência para resolver meus problemas. E a cada dia enriquece meu coração. Me instiga nos meus sentidos a contemplar o que está além, viajando para dentro de um lugar, de mim, do outro. Mas ainda tenho muito o que aprender, principalmente sobre minha família, sobre o que está perto. 


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