sábado, 27 de junho de 2015

.


Tenho mania de chover.

Tempo nublado.
Escuridão.
Frio.

Quando chove dentro da gente mais do que lá do céu,
o som do coração é trovão,
os raios caminham nas veias e a enchente afoga toda gente.

Outro dia tem que nascer e a gente se refazer.

Aquela cena.


... Mórbida. Do enterro.
Da despedida.
Da dor que não se mede.
Da saudade que estrangula.
Da partida, sem volta!
E a Construção de uma retomada à vida!

Dói!


sexta-feira, 19 de junho de 2015

Novos hóspedes.



Esses dois nenéns estão comigo. Foram resgatados dia 8 de junho desnutridos, famintos e bastante sujos . O Julinho (branco com pintas rajadinhas) estava na Av. Independência prestes a ser atropelado e meu pai o resgatou. Neste mesmo dia pela noite, ouvi miados ao longe e bem forte de um filhote, e ao encontrar o Dante alí, mutilado e bastante assustado, não pude virar as costas. E mesmo superlotada de animais em casa, estou como LT desses dois nenéns. Ambos precisam de um lar responsável e cheio de amor pra que consigam superar os traumas do abandono e descaso. Estão com aproximadamente 2 meses , comem ração dura , foram vermifugados, banhados e usam a caixinha de areia. 

Me ajudem a divulgar , por favor!
Whatsapp : 98148 1559

Alimento: música.


Show Retrato em Preto e Branco. Foto: roubada do facebook de Agis Junior.

Ontem, a janta teve a ver com Chico Buarque e Alba Maria.
Ele, grande compositor brasileiro sendo homenageado por ela, a mulher hipnotizante.

Tive o privilégio de escutar o canto de um pássaro. Entoou por entre as entranhas e veias até tomar por inteiro a Alma. Tinha brilho enérgico compenetrante feminino, que já na primeira música adocicou todos os problemas da vida. E por um instante, fui a um lugar mágico e lá, fiquei até aquele pássaro parar de cantar. Então, voltei à Terra, como de uma viagem estonteante. Voltei renovada à cadeira daquele teatro. 
Alba Maria é o pássaro que tem o dom de transcender nossa carne. 




quinta-feira, 4 de junho de 2015

Descontrole emocional são burocracias da mente.

Ainda sou muito imatura em não saber controlar minhas emoções. Ultimamente então, quando não consigo resolver algo , me desato a chorar (como se isso fosse resolver alguma coisa). Há àqueles que dizem que chorar é uma forma de desabafar, mas me explica de que forma? 
Creio que a gente só ficava aliviado mesmo ao chorar, quando éramos crianças. Quando em qualquer queda que arrebentasse o joelho , sangrasse horrores e ainda levasse uns pontos nos desatávamos naquela hipérbole prática de 'rios de lágrimas reabastecendo mares por todo o planeta terra', e no fim , os adultos diziam: já passou , já passou...e nos distraiam com qualquer boneca de cabelo velho e sorvete, e pronto! Estávamos aliviados por desabar no choro e nossos problemas emocionais estavam controlados. 
Mas agora, com quase 3 décadas na cara de sem vergonisse, apenas CHORAR e NÃO resolver de fato os problemas é uma regressão humana. Mas também não estou chamando ninguém de mela cueca por desaguar-se.
E como alcançar esse nível jedi de maturidade? Tem manual pra isso?
Certamente não. Como pra todas as experiências da vida, néh migs. Tem que ter esforço. Treinamento diário. Forçar as mudanças em si e pensar mais racionalmente nas situações, respeitar a individualidade e escolha do outro, internalizar que nem sempre as coisas acontecem como desejamos, precisamos nos manter calmos para lidar com tudo ao redor. Seguir, focalizar e botar quente. E se a imaturidade for muito forte e difícil de controlar, ajuda profissional sempre é uma nova escolha. Mas antes, claro, precisamos reconhecer sobre essa imaturidade.
Outro dia um cara que eu nem conhecia muito bem, disse assim: "tu tens jeito de controladora, teimosa e com forte tendência a se fazer de mártir. Mas és gente boa e vai à luta. "

VRÁÁÁÁ!!!! Parei alguns segundos pra engolir o que ele tinha dito. Vi que tinha alguma razão em dizer isso. Foi um soco no estômago e me maltratou por dias, juntamente com a minha gastrite.  Mas foi bom, porque a gente é mal acostumado a gostar de ouvir elogios somente. E aquilo foi cortante, mas depois me senti aliviada, porque alguém teve coragem de falar mesmo não conhecendo bem. 
Muitas vezes , achamos que o problema é só com o outro, nos eximimos da culpa, e pensando assim, parece bem contraditório, pois nos excluímos da autoria do que nós mesmos sentimos, fazemos, pensamos. 
E por vezes, nos excluímos de nós mesmos sem perceber. 







Só pra lembrar...



Que eu continuo sendo a louca dos gatos.
Fiz essa 'redeliche' pra que eles percebessem a delícia que é embalar-se em uma rede.

e...
Nos embalamos juntos, em um balanço só nosso de amar. 

Fui alí rapidinho e esqueci de avisar. Mas já voltei!

O tempo tem me consumido e mostrado que a vida é pulmão gigante que não pode parar. E esses pulmões têm me feito aprender a respirar. Tenho escrito pouco aqui, mas tá tudo guardado nas páginas da minha história.
Depois da súplica aqui por um emprego, alguém leu-me e entendeu minha extrema necessidade em ter que trabalhar. Daí recebi um chamado para lecionar aulas de Redação, aos finais de semana em um preparatório para o Enem, no município de Tailândia, há mais ou menos 4hrs de Belém. 
Lá, tenho me desdobrado para repassar conhecimento específico e ajudá-los na motivação pelo sonho da graduação, com carisma, sorriso no rosto, coração latejante e alguns calos nos dedos nas correções das redações. E ao contrário de Altamira, lá temos uma estrutura muito boa para estadia, alimentação, passagem e sala de aula, porém tenho aprendido tanto quanto.
Penso que esse ensino-extensão deveria ser aprendizado para todo e qualquer ser humano que pudesse conhecer a si mesmo. Que se dispusesse a conhecer o eu que atua como personagem em alguns ambientes e o eu reflexivo e nada fútil que reaprende a se olhar como o humano sensível e frágil longe de seu habitat natural. Aprendo mais e me apaixono mais pela forma de auto-conhecimento me levam essas viagens literárias em sala de aula e nas estradas. Percebo que a vida tem maior sabor e muitas outras cores do que as que costumamos ver. E a gente só percebe , quando flutuamos e nos permitimos ir. 
Ainda tô aprendendo a respirar com esses pulmões gigantes de forma correta, pra não ficar rouca toda vez que saio da sala de aula,  re-aprendendo o que essa respiração tem pra me mostrar. 

Seguidores