terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Balanço.

Em meio as dificuldades do dia-dia (o meu sumiço daqui está incluído) , não percebi o quanto estive e ainda estou   esnobe, culpando terceiros pelos meus desequilíbrios emocionais. Na verdade, é o mais fácil a se fazer: apontar o outro como sendo a peça chave daquele problemão que resolveu se instalar na minha vida! Porque é realmente difícil ver nosso dedo podre sendo autor de um 'crime' contra nós mesmos. E quando esse olhar diferenciado sobre nós mesmos muda?

Não sei. 
É que eu sou muito nova, muito crua, muito imatura. Não cai da árvore e não tô pronta pra ser consumida ao pé dela. Não vivi quase nada pra responder as minhas próprias inquietações. 
Mas já sinto que ao levar algumas lapadas da vida, já aprendi algumas poucas e boas que me fizeram entender quem eu sou e onde estou, o pra onde vou, é mais incerto de certo.

Quando olho pra trás, em meados dos anos 90, me vejo sentada no fundão de uma sala de aula, bem escondida de todo mundo porque eu tinha vergonha de sentar na frente e não ser inteligente suficiente pra que a professora viesse perguntar qualquer coisa e eu não conseguisse acertar a resposta, mas passou. Acabou a fase da timidez que me matava todos os dias que eu tinha que ir à escola.

Já mocinha, no ensino médio, me vejo sentada na calçada no canto da Timbó, aprendendo a beber cachaça com limão embaixo daquele sol torrencial do meio-dia, logo após a aula, com uns amigos malucos  e achando tudo um máximo porque a infância já terminara e eu já era quase adulta,  por isso precisava quebrar as regras de outrora, mas passou. Acabou a fase da empolgação jovem inconsequente.

Anos mais tarde, já me vejo na universidade, em um município próximo a Belém, aprendendo a ser gente de verdade e estudando pra ser professora. Aprendendo a ter responsabilidades de acordo com as necessidades vividas alí. Entendi alí que eu não poderia antes, viver em um mundo só meu, aprendi que eu precisava de pessoas ao meu lado e que eu me apaixonei por todas elas. Aprendi a lapidar meu coração e vivi o amor. Confiei e desenhei amizades completamente estranhas, construí a Laila mulher, professora, amiga, despojada, lutadora... e passou, mas em mim sempre ficará aquele pedaço de Vigia de Nazaré. O pedaço que me fez transformar dor em crescimento e amor. 
E aí passou. Passou a fase difícil e desoladora e ficou o amadurecimento de que tudo na vida acontece pra nos fortalecer.

De lá pra cá, me envolvi em tudo o que aparecia pela frente. Trabalhei em alguns municípios próximos ou até distantes de Belém e a cada contato novo , minha vida se engrandecia, seja de dor, desilusões, alegrias, gatos, amizades, desamores, sonhos...

Me envolvi com o Amor e me joguei de cabeça.

Amei demais e eu achava que haveria de ser retribuída ( vê se pode?!) , mas já aprendi que isso não acontecerá sempre. Na verdade, retribuição é relativa. A gente gosta de várias maneiras e essa contra partida deve ser natural sem esperar muito do que os outros podem ou não ofertar. Me envolvi demais, mas também foi natural, entende? Nada foi forçado.
Confiei tanto que eu jamais imaginei que alguém pudesse quebrar essa confiança. Mas agora tenho pensado na essência humana. O quanto eu tenho minhas falhas, fraquezas e fortalezas que talvez não sejam as mesmas em relação a mim.
E é aí que cheguei ao meu real alicerce ( ou pelo menos parte dele): me encontrei comigo mesma e senti minha força emanando paz e alegria pra mim e mais próximos. E que eu tenho mesmo ainda muito o que aprender.




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