Entre os baculejos que a vida tem me dado ultimamente, tenho compenetrado minhas energias nos poetas, nos meus gatos e na música. Tenho fugido de mim e encontrado meu eu nessas minhas fugas.
Hoje, me encontrei em Fernando Pessoa, no poema "Morrer é preciso" . Li e reli. Cantei para mim mesma, como um mantra que eu preciso engolir pra me entender.
Através desses versos, revisitei meu passado, aquele de Vigia de Nazaré. De um tempo amargo e agridoce que transformou meus caminhos. Foi lá que eu Morri e Renasci . Nasci essa Laila cheia de amor, regada por uma gente cheia de histórias que me transformou. Me elevou a uma espécie de plano maduro de ser humano. Ser que outrora nunca soube o que era amar.
Me encontrei também em meus gatos que me acompanham sempre. Me observam como estivessem esperando alguma palavra, algum beijo, cheiro... Me encontro com o amor que me ofertam. Um amor calado, um pouco arredio talvez, mas muito me ensinam em saber esperar, saber que o tempo é rei desse universo. Em não abrir mão dos momentos de lazer e distração e que eles não gastam tempo ou energia com o que não lhe fazem bem. Me encontrei na superação de cada dia, ver novos momentos pra recomeçar e tentar o fazer o bem para quem me quer bem. Me encontrei com a paciência que eles cultivam e a observar de longe, conhecer e chegando aos poucos.
Me encontrei nas canções que há muito, não ouvia. E entendi que mais uma vez eu só preciso deixar o tempo seguir no tempo certo. E que detalhes vão sumir na longa estrada , para continuar aquela conversa que não terminamos ontem, ficou pra hoje. E sinta-se feliz porque no mundo tem alguém que diz: Que muito te ama! Que tanto te ama. Que muito muito te ama.
Morrer é preciso! Fernando Pessoa.
Estamos acostumados a ligar
a palavra morte,
apenas à ausência de vida,
e isso é um erro.
Existem outros tipos de morte.
E precisamos morrer a cada dia.
A morte nada mais é que
uma passagem,
uma transformação.
Não existe planta sem a morte
da semente,
não existe embrião sem
morte do óvulo e do espermatozóide,
não existe borboleta sem
a morte da lagarta.
A morte nada mais é que o ponto
de partida para o início de algo novo,
a fronteira entre o passado
e o futuro.
Se você quiser ser um bom universitário,
mate dentre de você o
secundarista aéreo que acha que
ainda tem muito tempo pela frente.
Quer ser um bom profissional?
Então mate o universitário
descomprometido que acha que
acha que a vida se
resume a estudar só o suficiente
para fazer as provas.
Quer ter um bom relacionamento?
Então mate dentro de você
o jovem inseguro e ciumento,
crítico e exigente,
imaturo,
egoísta ou solteiro solto
que pensa que pode fazer
planos sozinho,
sem ter de dividir espaços,
projetos e tempo com
mais ninguém.
Quer ter boas amizades?
Então mate dentro de si a
pessoa insatisfeita,
que só pensa em si mesmo,
mate a vontade de manipular
as pessoas de acordo com
a sua conveniência,
respeite os seus amigos,
colegas de trabalho e vizinhos.
Enfim,
todo o processo de evolução
exige que matemos o nosso eu passado,
inferior.
E qual o risco de não agirmos assim?
O risco está em sermos duas
pessoas ao mesmo tempo,
perdendo o nosso foco,
comprometendo a nossa produtividade,
e, por fim,
prejudicando o nosso sucesso.
Muitas pessoas ficam
assim porque continuam se
agarrando ao que eram,
não se projetam para o que
serão ou desejam ser.
Elas querem a nova etapa
sem abrir mão da forma
como pensavam ou como agiam.
Acabam por se transformar
em projetos acabados,
híbridos,
adultos infantilizados.
Devemos,
até, às vezes,
agir como meninos,
de forma a não perder
as virtudes da criança:
vitalidade, criatividade,
brincadeira, sorriso fácil,
tolerância...
Mas se quisermos ser adultos,
devemos, necessariamente,
matar atitudes infantis,
para passarmos a assumir
inteiramente os papéis de cidadãos,
pais, líderes,
profissionais...
Quer ser alguém melhor e evoluído?
Então precisa matar em
você o egocentrismo,
o egoísmo,
para que nasça o ser
que você deseja ser.
Pense nisso e morra,
mas não se esqueça de
nascer melhor ainda.
O valor não está no tempo
que as coisas duram,
mas na intensidade com que acontecem,
por isso existem
coisas inexplicáveis,
momentos inesquecíveis,
pessoas incomparáveis.
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